Realizada pelo Sinapro-RS seguindo a metodologia do Ecossistema SINAPRO/FENAPRO, a sondagem indica que 69% das agências gaúchas já tiveram perdas de receitas e 85% dos empresários do setor estimam impactos nos negócios no futuro
Sinapro-RS divulga os resultados colhidos na edição emergencial da pesquisa VanPro que buscou medir os impactos da crise climática no setor da propaganda gaúcho. Crédito: Divulgação Sinapro-RS
A edição emergencial da pesquisa VanPro realizada no Rio Grande do Sul com o objetivo de avaliar a dimensão dos impactos na indústria criativa gaúcha causados pela catástrofe climática no Estado confirmou um cenário de alerta e preocupação: o impacto é generalizado e as perdas já são sentidas no setor. O levantamento foi realizado pelo Sistema Nacional das Agências de Propaganda do Rio Grande do Sul (Sinapro-RS), conforme a metodologia da pesquisa VanPro realizada em todo o país pelo Ecossistema SINAPRO/FENAPRO. A sondagem emergencial ouviu 26 agências com atuação no RS, no período de 16 a 24 de maio, buscando entender os reflexos das enchentes e como e em que dimensão elas afetaram as pessoas e os negócios no ambiente empresarial da propaganda no Estado.
“Os dados colhidos mostram que o impacto dessa catástrofe foi generalizado na indústria criativa gaúcha, com uma pequena fração das empresas do setor ainda sem ter seus negócios impactados. As perdas de receita chamam bastante a atenção, sendo que parte dessa perda foi imediata e muitos sinalizam que terão redução ainda nos próximos seis meses”, afirma Juliano Brenner Hennemann, presidente do Sinapro-RS, destacando que é papel da entidade associativa reunir dados e informações que permitam encontrar formas de desenvolver iniciativas de suporte e orientação às empresas do setor para lidarem com o atual cenário de crise.
Na sondagem emergencial, a pesquisa VanPro – considerada um importante termômetro dos negócios e gestão das empresas do setor – mostra que, em relação aos impactos pessoais, 42% das agências gaúchas tiveram alguma parte de sua equipe afastada por questões de saúde física e 31% com alguma parte da equipe com afastamento por questões de saúde mental. Considerando qualquer tipo de afastamento, 54% das agências tiveram alguma parte do seu quadro impacto por questões de saúde física ou mental. No que diz respeito a perdas pessoais ou materiais, 73% das agências tiveram parte de sua equipe com algum tipo de perda (podendo chegar a até 40% da equipe em termos de perdas materiais).
Com relação aos clientes, 92% das empresas do setor no RS apontaram pelo menos algum cliente impactado, sendo que 35% delas tiveram mais de 40% dos seus clientes impactados. E 65% das agências já receberam contato de clientes para renegociação de contratos, em proporções que chegaram até a 40% da carteira de clientes: 38% das agências tiveram 10% ou menos dos seus clientes buscando renegociação e 27% com mais de 10% já buscando renegociar contratos. Quase um terço (31%) das agências pesquisadas informaram ter interrupções de contratos por parte dos clientes, sendo 15,5% delas com impacto menor que 5% da carteira e outros 15,5% com impacto de 5% a 10% da sua carteira de clientes.
Impactos financeiros
No que se refere aos impactos financeiros nas agências gaúchas, a pesquisa apontou que apenas 31% não sofreram perdas de receita por conta da catástrofe climática – ou seja, 69% delas já foram impactadas diretamente. Das que sofreram impactos, 21% perderam até 10% de receita, 31% perderam entre 10% e 20% de sua receita e 17% perderam mais de 20% de sua receita.
Com relação aos negócios futuros, a expectativa de 85% dos empresários do setor é de perder receitas, sendo que 35% avaliam que perderão até 10%; 19% deles acreditam que perderão entre 10% e 20%; 23% das agências preveem perder entre 20% e 30%; e 8% apontam perdas futuras esperadas de 30% a 50% da receita de sua agência.
Medidas de apoio às agências gaúchas
O Sinapro-RS já definiu algumas medidas emergenciais para apoiar as agências gaúchas e ajudá-las a minimizar os impactos da crise climática nos seus negócios. Entre as medidas adotadas está a flexibilização na cobrança da mensalidade dos associados nos meses de junho, julho, agosto e setembro, com cobrança de apenas 50% do valor da mensalidade nesse período.
Outra frente de trabalho é a busca de parcerias com a cadeia de fornecedores, auxiliando as agências mais afetadas com parcerias de negócios e descontos na compra de máquinas, equipamentos e insumos. A entidade articula também campanhas junto ao mercado de outros Estados para fomentar a compra de serviços e produtos do RS e a contratação de agências gaúchas, além de apoiar iniciativas locais que buscam a valorização das agências do Estado e a promoção de campanha de conscientização da população para, na medida do possível, voltar a uma vida normal e a consumir, mostrando que essa pode ser uma atitude de ajuda para que pessoas atingidas consigam manter seus empregos e, por consequência, reconstruir as suas vidas.
O Sinapro-RS disponibiliza, ainda, assessoria jurídica e trabalhista com orientações para o momento de crise; e trabalha na articulação de ações conjuntas do mercado, atuando como comunidade e ecossistema para debater estratégias de gestão entre as agências e o mercado. Ainda, como instrumentos de apoio, já disponibilizou três importantes guias para auxiliar e orientar as agências gaúchas na contextualização geral e jurídica desse delicado momento vivenciado pelo RS: Enchentes RS – Atos Normativos; Inundações RS – Implicações Jurídicas; e Guia para Empresas na Gestão de Crises e Catástrofes, essa uma iniciativa da Associação Riograndense de Propaganda (ARP) com o apoio do Sinapro-RS.
“Estamos oferecendo toda a nossa solidariedade e suporte de gestão às nossas associadas, para que consigam gerir essa situação de forma a minimizar os seus impactos sobre as empresas, os negócios e seus colaboradores”, ressalta o presidente da entidade associativa no RS.
Sobre a Pesquisa VanPro
A pesquisa Visão de Ambiente de Negócios – VanPro é feita pelo Ecossistema SINAPRO/FENAPRO desde 2017, e tem como principal objetivo medir e mapear o cenário atual e quais são as perspectivas para o futuro, além de conhecer as principais dores dos sócios e executivos de agências de todo o país.
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10/06/2024